Armadilhas fotográficas têm auxiliado pesquisadores na investigação da biodiversidade na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, localizada na região do médio curso do rio Solimões, a aproximadamente 650 km de Manaus. O mecanismo registrou três pumas – ou onças-vermelhas – em atividade matinal, considerada incomum por especialistas.
“Eu me surpreendi, realmente, não imaginei que três pumas fossem andar juntas e estavam tranquilas, não era uma situação de conflito. Talvez seja o que eles chamam de vadiação, acasalamento, um comportamento reprodutivo”, comentou o pesquisador do Instituto Mamirauá, Diogo Gräbin.
As armadilhas fotográficas são pequenas máquinas instaladas na floresta, a um nível próximo ao solo e em mimetismo com o ambiente. Elas são equipadas com câmeras que registram imagens coloridas, em escala de cinza ou em modo infravermelho (de acordo com a luminosidade do momento) e sensores que disparam quando um corpo com a temperatura diferente do ambiente se movimenta em frente à armadilha. Geralmente os disparos são estimulados por um animal de sangue quente, um vertebrado terrestre.
Recentemente, o pesquisadores e assistentes de campo percorreram a área conhecida como igarapé do Ubim, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, estado do Amazonas. Lá, executaram a coleta de dados e a reinstalação de armadilhas fotográficas para monitoramento da fauna de vertebrados terrestres. Um trabalho difícil e essencial para investigar e conhecer sobre a biodiversidade da Amazônia. As expedições de 2017 começaram em fevereiro e têm o financiamento da Fundação Gordon and Betty Moore, organização de fomento à ciência e à conservação ambiental.
Segundo o pesquisador Diogo Gräbin, existem 43 estações em atividade no igarapé do Ubim, local onde foi feito o registro das suçuaranas. “Estação é como chamamos os pontos da floresta em que são instaladas duas armadilhas fotográficas, uma de frente para outra, para captarmos os dois lados dos animais”, explica.
As estações são montadas e programadas a cada dois meses, em média. Nesse período, cada armadilha fotográfica registra cerca de 900 a 1.500 fotografias.
Pumas são registradas caminhando na Amazônia
Armadilhas fotográficas têm auxiliado