As queimadas no Brasil são medidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Veja abaixo os principais dados:
Dados por áreas e bioma entre janeiro e agosto de 2018 e de 2019, segundo o Inpe
Área | Focos em 2018 | Focos em 2019 | Variação |
---|---|---|---|
Brasil | 41 404 | 76 720 | |
Bioma Amazônia | 22 165 | 40 341 | |
Amazônia Legal | 33 632 | 54 906 | |
América do Sul | 148 312 | 168 247 |
Os dados do Inpe mostram que, de janeiro a 22 de agosto de 2019, os satélites registraram o maior número de focos de queimadas no Brasil desde 2013.
O Inpe apresenta o monitoramento dos focos de queimada por estados, país e bioma. No bioma Amazônia, que corresponde a cerca de 40% do território brasileiro, foram verificados 40.341 focos neste ano. O valor é 82% maior que o verificado no mesmo período em 2018.
A área da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e a parte do estado do Maranhão. Nessa área, foram registrados 54.906 focos entre janeiro e 22 de agosto. O número é 63% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Além do Brasil, outros países da América do Sul também estão em um período de aumento no número de queimadas. Foram 168.247 focos até 22 de agosto de 2019. A Bolívia, que também é parcialmente coberta pela Amazônia, está enfrentando o maior incêndio da sua história recente. Os primeiros focos do incêndio foram detectados há 16 dias. Uma área de pelo menos 500 mil hectares já foi consumida pelo fogo no país.
O Inpe usa dados produzidos por nove satélites. São utilizadas imagens dos satélites polares NOAA-18, NOAA-19 e METOP-B, as MODIS dos Nasa Terra e Aqua, as VIIRS do NPP-Suomi e NOAA-20 e as imagens dos satélites geoestacionários GOES-16 e MSG-3. Cada satélite de órbita polar produz pelo menos dois conjuntos de imagens por dia, e os geoestacionários geram várias imagens por hora. Os dados são recebidos nas estações de Cachoeira Paulista (SP) e Cuiabá (MT).
Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada. Um foco indica a existência de fogo em um pixel de imagem. Neste pixel pode haver uma ou várias queimadas distintas.