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Aldeias indígenas do Amapá estão em quarentena após cinco casos confirmados de Covid-19

28 de maio de 2020 às 08:09h

Aldeias indigenas quarentenaForças de saúde intervém nas áreas com realização de testes rápidos, fornecimento de remédios e EPIs.

Até esta terça-feira (26), o Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá e Norte do Pará (Dsei) tem a confirmação de cinco casos de Covid-19 dentro de aldeias do território estadual. São elas, a terras indígenas do Kumarumã e Lençol, ambas no município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. As comunidades já estão em quarentena.

Ao todo, são quatro casos no Lençol, onde há 40 moradores, e um no Kumarumã, foco de maior atenção do Dsei, devido a quantidade superior a 2 mil indígenas residentes. Para resguardar a saúde desses, já está em prática um plano de monitoramento das terras.

Esse planejamento consiste no acompanhamento de pacientes que apresenta qualquer síndrome gripal. Após a confirmação do primeiro caso no Kumarumã no sábado (23), o Dsei iniciou a 2ª etapa com o enviou à TI de equipe médica e 300 testes rápidos e remédios.

De acordo com o coordenador do Dsei no Amapá, Roberto Wagner Bernardes, o deslocamento de médicos, enfermeiros e farmacêuticos até a aldeia aconteceu por meio de helicópteros. A equipe de saúde agora trabalha na identificação de novos casos.

“A equipe se deslocou na segunda-feira [25] com apoio do GTA. Nós estamos hoje [terça-feira] com a equipe em área fazendo a busca ativa, avaliação desses possíveis pacientes para que a gente possa realmente fazer um planejamento e uma intervenção maior”, explicou.

Coordenador do Dsei no Amapá, Roberto Wagner Bernardes — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Coordenador do Dsei no Amapá, Roberto Wagner Bernardes — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também estão entre os produtos levados juntos com os médicos. A Fundação Nacional do Índio (Funai) contribui com o fornecimento de cestas básicas, para diminuir a ida dos indígenas em busca de alimentação em Oiapoque.

Até o momento, 12 indígenas são monitorados com maior cuidado por apresentarem sintomas de gripe. Se confirmados, pacientes de média ou alta complexidade serão transferidos à Macapá para o acesso na rede estadual de saúde.

As 156 aldeias sob responsabilidade do Dsei estão em situação de quarentena. Ou seja, ninguém, a não ser profissionais habilitados, pode entrar ou sair das terras. De acordo com o coordenador, a medida tem apoio dos caciques, que estão cientes dos perigos da Covid-19.

“Todas as seis áreas indígenas que nós atuamos estão muito conscientes da situação do coronavírus. A terra indígena Waiãpi está recolhida, a comunidade do Manga, do Kumarumã e do Kumenê também estão. A região do Parque do Tumucumaque e do rio Paru d’Este por natureza já são um pouco isoladas”, afirmou.