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Hiran Gonçalves quer derrubar liminar de anulação de licença do linhão de Tucuruí

21 de março de 2016 às 15:42h

Hiran Gonçalves liminar TucuruíSintonizado com as aspirações da população de Roraima, “que está atrasado por falta de energia segura e estável”, o de­putado Hiran Gonçalves (PMB/RR) dará entrada na justiça na próxima semana com uma ação para derrubar a liminar do Minis­tério Público Federal no Amazonas MPF/AM que pede a anulação da licença prévia das obras da linha de transmissão de energia elétrica entre Manaus e Boa Vista, o linhão de Tucuruí.

“Respeito a decisão judicial, mas, nós estamos entrando na justiça para derrubar essa liminar para que tenhamos preservado o direito do povo de Roraima de ter uma energia segura e estável, e que o estado possa estar, finalmente, integrado ao Brasil, no que diz respeito ao sistema energético nacional”, afirmou, lembrando que as obras do linhão de Tucuruí, estão há mais de três paralisa­das prejudicando a população e também o consórcio que que ganhou a licitação para a construção da obra.

O deputado Hiran Gonçalves explica que Roraima já tem um linhão de trans­missão que sai de Guri, na Venezuela, e vai até Boa Vista, atravessan­do parques nacio­­nais e a Reserva Indígena São Marcos, “sem que nunca tenha ocorrido qualquer evento adverso que pudesse com­prometer a segurança das populações indígenas ou a integri­dade do meio ambiente”. Tendo esse exemplo como parâmetro de com­pa­­ração, o parla­mentar afirma não enten­der “como uma linha de transmissão que vai acompanhan­do a BR-174, que não vai causar nenhum impacto ambiental na Reserva Indígena Waimiri Atroari, possa ter algum tipo de problema”.

De acordo com o deputado Hiran Gonçalves, enquanto o MPF/AM está reque­rendo a realização de consulta prévia ao povo Waimiri Atroari, uma vez que torres de transmissão de energia serão instaladas dentro da terra indígena, a população de Rorai­ma para um alto preço pela energia de péssima qualidade, tendo que conviver com blecautes de 4 horas. “A população que sofre com esse problema não consegue enten­der as alegações risíveis da Fundação Nacional do Índio (Funai) diante da perspectiva da tranquilidade da população e do desenvolvimento industrial, por exemplo”.

O deputado Hiran Gonçalves, que é médico oftalmologista, conta que, muitas vezes, ele e sua equipe estão na clínica operan­do e a energia acaba. A solução, segundo ele, é usar uma fonte alternativa de energia. “Mas, uma equipe médica não pode começar uma cirurgia na emergência. A fonte de energia é para emergência. Então, tem que parar e esperar voltar a energia”, indigna-se.

O parlamentar também ressalta os prejuízos para o comércio, indústria e para a população. “Nós temos um distrito industrial que sofre e tem prejuízos com a queda de produção. Investimentos que poderiam ir para lá, não vão por medo dos investidores, e o estado não se industrializa, não se desenvolve e tem que contar com a energia que vem da Venezuela, um país que está pré-falimentar”.

Hiran Gonçalves avalia que a questão seria simples de ser resolvida, desde que houvesse comprometimento dos órgãos governamentais envolvidos na questão com o desenvolvimento do Estado. O parlamentar volta a criticar o recente aumento de 43.8% proposto pelo governo na tarifa de energia, observando que “se quer fazemos parte do Sistema Nacional de Energia”. Para ele, ter conse­guido, por meio de uma liminar, derrubar o aumento pretendido pelo governo e preservar o preço anterior, foi uma vitória de toda a população. “Agora, temos que continuar lutando para manter como está e nos unir para enfrentar uma nova investida do governo, que quer derrubar a liminar”.

Na avaliação do deputado Hiran Gonçalves, estar ligado ao Sistema Nacional de Energia é estratégico para qualquer pretensão de projetar Roraima no cenário dos estados desenvolvidos. Segundo ele, se acabar o fornecimento de energia de Guri, o estado poderá entrar com a energia de Belo Monte ou de Tucuruí, sem problemas de segurança ou estabilidade. “Como está é um absurdo, a população sofre muito com isso e, por tudo isso, vou lutar com todas as forças para reverter essa situação”.