Marina Silva toma posse como ministra do Meio Ambiente
5 de janeiro de 2023 às 14:16h
Marina é ex-professora universitária, ex-seringueira, ex-senadora e deputada federal eleita pela Rede
A ex-senadora e deputada eleita Marina Silva tomou posse oficialmente no cargo de ministra do Meio Ambiente nesta quarta-feira (4). Em seu pronunciamento, ela reforçou que o novo governo vai atuar para recolocar o Brasil em posição de destaque mundial na área ambiental, por meio de ações para combater o desmatamento e minimizar os efeitos da mudança climática.
Marina Silva, volta a assumir a oficialmente a pasta que ela dirigiu entre os anos de 2003 e 2008, durante os dois primeiros mandados do governo Lula. Em seu discurso a ministra destacou medidas que serão adotadas pelo governo para combater o desmatamento na Amazônia, envolvendo diversos órgãos e entidades da sociedade civil na proteção do meio ambiente.
A cerimônia foi acompanhada por uma auditório lotado por novos ministros, políticos, autoridades ambientais, povos originários, religiosos e com direito a muitos aplausos em vários momentos do discurso e sob olhar do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e da primeira-dama, Janja da Silva.
Um dos discursos de posse entre os ministros do novo governo mais esperados pela comunidade nacional e internacional que cuida de questões do Meio Ambiente foi cheio de novidades, mudanças no Ministério, retorno da atuação do Conas e novas práticas em função da urgência da agenda climática mundial, que tem o Brasil como um dos principais atores e viveu um desmonte durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Entre as medidas tomadas está o acréscimo ao nome do ministério que agora se chama Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, permanecendo a mesma sigla, MMA. Esse aumento nominal tem uma razão que não é retórica. A emergência climática se impõe e queremos destacar a devida prioridade daquele que é talvez o maior desafio global vivido presente cada vez menos capazes de lidar”, destacou Marina.
Entre as promessas feitas pela ministra para esta gestão e aceno aos países que auxiliam o Brasil com fundos para o Meio Ambiente e conseguir novos parceiros está a de o país voltar a ter protagonismo e exercer papel de “liderança” no seguimento.
“O governo brasileiro que sempre foi protagonista nessa discussão e não se furtará a exercer esse papel de liderança nacional e internacional, por meio do Ministério do Meio Ambiente e de todos aqueles que agora também tem essa agenda internalizada em suas pastas, graças a nossa política de transversalidade assim será”, garantiu.
Em reforço as garantias de fortalecimento da política ambiental brasileira, Marina frisou: “Essa diretriz passa por recuperar, fortalecer e criar arcabouço institucional em prol de uma governança climática robusta e articulada. De forma a tratar o tema com a necessária transversalidade com a participação de todas as instâncias governamentais na esfera federal ou estadual e municipal e tem representações de toda sociedade brasileira produtiva, acadêmica, da sociedade civil e das nossas populações originárias”.
“O Brasil tem uma enorme desafio para honrar os compromissos assumidos no Acordo de Paris”, complementou. Marina também pontuou a recriação da secretaria Nacional de Mudança Climática e a criação da Autoridade Nacional em Segurança Climática, que segundo ela será formalizada em março e de um conselho sobre mudança do clima a ser comandado pelo próprio Presidente da República, Lula. Ela também disse que Lula pediu que desse atenção especial ao movimento de catadores.
A ministra fez questão de frisar saber dos desafios que tem pela frente no comando da pasta e convocou os outros países para auxiliar o Brasil quer seja com verba ou cooperação tecnológica. “Não vamos conseguir a reindustrialização da noite para o dia. Não é mágica. Mas vamos colocar os pilares no trabalho com os outros ministérios, unidos, todos nós. Vamos precisar de parceria, de parceria no nosso continente, de parceria na Ásia, nos Estados Unidos, na África. Alguns para nos ajudar com acordo de cooperação tecnológica, com recursos financeiros, como já faz a Alemanha, a Noruega, no Fundo da Amazônia. Mas também uma grande quantidade nos parceiros que nos ajudem”.
Ao finalizar o longo discurso, Marina disse que atuará para que o país deixe de ser o “pior cartão de visita na questão ambiental e passe a ser o melhor cartão de visita”.