Notícias
Estados
Espécies nativas

Muvuca na Serra da Lua marca nascimento de Rede de Sementes em Roraima

13 de julho de 2025 às 16:45h

Com mistura de 32 espécies nativas, coletores indígenas de três comunidades abrem novo ciclo de restauração ecológica no estado

Uma verdadeira muvuca de gente se reuniu na Serra da Lua, em Roraima, para celebrar o nascimento da Rede de Sementes da Serra da Lua (Ressel). Foi ali, no centro das três comunidades que integram a iniciativa, que aconteceu a primeira muvuca de sementes — um momento simbólico e coletivo que marcou o início de um novo ciclo de cuidado com a terra e com os saberes tradicionais da região. A rede reúne indígenas dos povos Macuxi e Wapichana, guardiões ancestrais desses territórios e conhecimentos.

Atualmente, a Ressel conta com 38 coletores distribuídos entre as Terras Indígenas Tabalascada, Canauanim e Malacacheta, localizadas na região da Serra da Lua, no município do Cantá.. “Desde que surgiu o projeto, estamos trabalhando para construir este momento de conexão com a natureza. É um ponto de partida para o projeto”, comemorou Alcineia Pinho Cadete, coletora e Elo da comunidade Canauanim.

Imagem
Alcineia é coletora e elo da comunidade Canauanim
Alcineia Cadete é coletora da comunidade Canauanim 📷 Fabrício Marinho/ISA/Platô
Imagem
muvuca de sementes
Foram 20 kg de sementes na primeira muvuca da rede 📷 Fabrício Marinho/ISA/Platô

Cerca de 270 kg de 32 espécies de sementes nativas de Roraima já foram coletadas pela Ressel. Para a primeira muvuca, foram usados 20 kg para semeadura em 0,5 hectares. A escolha foi semear as sementes próximo à Casa de Sementes, onde as coletas serão armazenadas.

“É um local simbólico, porque é o centro das três comunidades quando olhamos no mapa. É importante e representa muito para os coletores, porque foram eles que coletaram as sementes e também foram eles que plantaram aqui”, explicou Emerson Cadete, analista técnico do Instituto Socioambiental (ISA), responsável por apoiar os coletores da Ressel.

Em clima de comemoração, o evento começou com um café da manhã, seguido de falas de lideranças da comunidade, de um representante do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e de técnicos do ISA, organização que faz parte do Redário.

“Eu gostaria que toda a juventude e as pessoas da comunidade Canauanim conhecessem mais deste projeto e da importância de reflorestar. Tenho certeza que daqui a 10 anos veremos um resultado excelente de combate às queimadas e derrubadas no nosso território”, disse Helinilson Nicacio Cadete, tuxaua da comunidade Canauanim.