Bezerra teme que ajuste no orçamento condene o Sistema ‘S’ a fechar as portas
11 de novembro de 2015 às 12:00hO deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) manifestou na Câmara sua preocupação com as notícias relacionadas ao possível corte de recursos destinados ao Sistema “S” (Sesc, Senac, Sesi, Senai, e Sebrae), da ordem de 20% a 30%, para cobrir o déficit das contas públicas nacionais.
Bezerra afirmou que, em todo o País, a exemplo do que ocorre em Mato Grosso, o Sistema Fecomércio/Sesc e Senac presta serviço “absolutamente necessário” à sociedade, mas que poderá ser interrompido, caso se concretize essa intenção do governo federal.
“Retirar tanto dinheiro do Sistema “S” significa condenar essas entidades, entre outras, a fechar as portas.”, criticou.
Bezerra admite que o orçamento precisa de ajustes. “Mas não me parece justo nem adequado prejudicar entidades voltadas a apoiar o trabalhador e a dar-lhe condições de aperfeiçoamento profissional.”, afirmou.
O deputado cita como exemplo o Senai, que, desde 1940, vem preparando mão de obra utilizada nas melhores indústrias. Assim, tem contribuído para o aumento da produtividade e para a diversificação da economia brasileira.
Nos 1.008 cursos que o Senai oferece, abrangendo 30 segmentos industriais, forma aproximadamente 90 mil alunos por ano. Desses, mais de 60% estão empregados, mesmo nesta fase de retração do mercado, o que, segundo Bezerra, constitui inegável demonstração de êxito.
Bezerra ressaltou que todos os países industrializados dispõem de sistemas de formação profissional financiados pelo estado. E a maioria conta ainda com bons sistemas educacionais, capazes de proporcionar a seus cidadãos uma base sólida para o desempenho de qualquer função.
“Como esperar que o Brasil, onde os problemas com a educação são crônicos, enfrente a competição global, exporte mais, gere divisas e saia da atual crise, se não investir no bem-estar e na capacitação de seus trabalhadores?”, questionou Bezerra.
O deputado lembrou que alternativas a essa proposta do governo federal vêm sendo debatidas, visando preservar o bom funcionamento do Sistema “S”. Entre essas, a de que, em troca da manutenção dos recursos para o Sistema, o setor produtivo assuma encargos previstos no Orçamento Federal, principalmente na área da educação. Algumas federações estaduais divergem quanto à viabilidade do acordo.