Fogo consome área correspondente a mil campos de futebol no Pantanal
20 de janeiro de 2024 às 22:57h
Incêndio florestal que dura cinco dias já consumiu mais de mil hectares da Serra do Amolar, principal santuário de biodiversidade em fauna e flora do Pantanal.
Incêndio florestal que dura cinco dias já consumiu mais de 1 mil hectares da Serra do Amolar, principal santuário de biodiversidade em fauna e flora do Pantanal. Vídeos de câmeras de monitoramento mostram o fogo se alastrando e uma densa fumaça, que encobre a região.
A área queimada pelo fogo é maior do que a metragem de mil campos de futebol juntos. Os primeiros focos na região foram registrados na última sexta-feira (26/01). Desde então, brigadistas tentam chegar ao local que é de difícil acesso.
Nos primeiros dias, os brigadistas não conseguiam acessar ao local do início do incêndio. Já na última segunda-feira (29/01), o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Organização Não Governamental (ONG) que atua na proteção do bioma, aumentou o efetivo para 14 pessoas.
Nesta terça (30), mais bombeiros tentaram acessar a região das chamas de barco. Atualmente, a força de combate é composta por 22 brigadistas do Corpo de Bombeiros e das ONGs SOS Pantanal e IHP.
Conforme denúncia do IHP, o fogo começou após um pequeno produtor colocar fogo em uma área de mata, que seria destinada à pastagem de gado. O fazendeiro perdeu controle das chamas, que se espalharam rápido, em decorrência da forte concentração de elementos combustíveis no solo pantaneiro.
O início do fogo foi em uma área de camalotes, espécie de planta aquática típica do Pantanal. Após as chamas saírem do controle, o incêndio consumiu uma grande extensão de morraria.
Ao atingir a área de morraria, o fogo saiu do controle. Quando o fogo chega neste estágio, a única esperança para o controle das chamas é a chuva, como explica o representante do IHP. Durante a manhã dessa terça choveu 102 milímetros na região e a água voltou a cair durante a tarde, o que pôde ter aliviado o incêndio, mas não extinguido.
Outra preocupação dos especialistas é de que o vento contribui para o avanço das chamas, que coloca em ameaça a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, onde há uma extensa área de reflorestamento.
A Serra do Amolar: Uma cadeia de montanhas se revela num ponto distante do bioma, na parte localizada no Mato Grosso do Sul, onde só se chega de barco ou avião. A serra é um lugar que, devido ao difícil acesso, reúne muitos animais difíceis de se avistar.
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Fogo se espalha pela Serra do Amolar. — Foto: IHP/Reprodução
Fogo em 2023: No ano passado, as chamas consumiram uma extensão significativa do Pantanal, fazendo com que o bioma tivesse o pior mês de novembro da história.
O que os especialistas explicam é que o fogo foi resultado do baixo volume de chuva, calor intenso e a vegetação ressecada na região. Em 2023, mais de 1 milhão de hectares foram consumidos pelas chamas no Pantanal.
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Equipe atua no combate ao fogo na Serra do Amolar — Foto: Divulgação/IHP
O Pantanal abriga uma diversidade única, incluindo várias espécies ameaçadas, ao todo são:
- 3,5 mil espécies de plantas
- 325 espécies de peixes
- 53 espécies de anfíbios
- 98 espécies de répteis
- 656 espécies de aves
- 159 tipos de mamíferos
Fonte: Observatório do Terceiro Setor – Com G1