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Terra Kayapó

Governo impõe prejuízo de R$ 12 milhões ao garimpo ilegal

22 de maio de 2025 às 16:08h

Operação federal desmantela estruturas criminosas e consolida retomada de território pelos povos originários no Pará

O governo federal intensificou as ações de desintrusão da Terra Indígena Kayapó (TIKAY), no Pará, com uma ofensiva coordenada contra o garimpo ilegal que já causou prejuízos superiores a R$ 12 milhões aos criminosos.

Entre os dias 5 e 11 de maio, a segunda semana da operação resultou em danos estimados em R$ 10,6 milhões aos garimpeiros ilegais. Somando-se ao montante da semana anterior, os prejuízos acumulados chegam a R$ 12 milhões. As ações se concentram em pontos estratégicos dentro do território indígena, como os garimpos Rio Branco, Maria Bonita, Pista Branca, Cumaruzinho, Tarzan e Santili — regiões conhecidas pela alta concentração de atividades ilícitas.

Infraestrutura criminosa desmantelada – O cerco das forças federais provocou uma desmobilização significativa das frentes de garimpo. Equipamentos como retroescavadeiras, dragas, balsas e outras máquinas pesadas foram inutilizados. Além disso, estruturas que davam suporte à permanência dos invasores na floresta também foram destruídas, incluindo bares, prostíbulos, depósitos de mantimentos, oficinas mecânicas e alojamentos clandestinos.

A ofensiva marca uma virada na ocupação territorial da TIKAY, que vinha sendo ameaçada há anos por invasores. A retomada do território pelos povos Kayapó está sendo acompanhada de perto por lideranças indígenas e órgãos de fiscalização.

Ação coordenada com 20 órgãos federais – A operação é coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, e mobiliza cerca de 20 órgãos do governo federal, entre eles a Polícia Federal, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ibama, a Força Nacional de Segurança Pública e o Exército. O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), vinculado ao Ministério da Defesa, é responsável pelo suporte em inteligência e pela definição das rotas e alvos prioritários.

Aeronaves do Ibama têm sido utilizadas para garantir deslocamento rápido das equipes em áreas remotas e de difícil acesso. A presença ostensiva das forças estatais tem sido fundamental para desestimular a permanência de garimpeiros ilegais na região.

Base legal e soberania indígena – A operação está respaldada pela decisão do Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que trata da proteção dos povos indígenas durante a pandemia de Covid-19 e reafirma o dever do Estado de garantir a integridade desses territórios. Segundo o governo, a ação representa um compromisso com a soberania indígena e o combate sistemático ao crime ambiental na Amazônia.

Com a retirada de invasores e a destruição de sua infraestrutura criminosa, o governo aponta para uma recuperação gradual da TIKAY, com impactos diretos na preservação ambiental e no fortalecimento dos direitos dos povos originários.

Fonte: Brasil 247