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O drama das araras-azuis e outros animais sob risco de extinção e acuados pelo fogo

6 de novembro de 2019 às 18:47h

O drama das araras azuis e outros animais

Por muito pouco — questão de segundos — a bióloga Carine Emer, do câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), não morreu queimada no carro em que viajava no domingo, dia 27 de outubro, pela BR-262, entre Corumbá e Miranda, no Mato Grosso do Sul. Uma labareda gigante atravessou a rodovia, vinda de um incêndio no mato em suas margens. Foi apenas mais uma entre o maior número de queimadas já registrado no Estado. Entre os dias 1º de agosto e 31 de outubro, o número de focos de queimadas no Pantanal cresceu 506% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, em números absolutos, os incêndios em todo o bioma Pantanal saltaram de 1.147 entre agosto e outubro de 2018 para 6.958 nos três meses deste ano.

Outubro foi o mês que teve o maior aumento de focos, indo de 119 no ano passado para 2.430, o que representa um crescimento de 1.942%. Depois vem agosto, que passou de 243 para 1.641 (575%), e setembro, que foi de 785 para 2.887 (368%).

O fogo coloca em risco a vida de muitos animais da rica biodiversidade pantaneira, assim como a vegetação. É fácil encontrar animais mortos depois que o fogo se apaga, como cobras, lagartos e jacarés, estes principalmente por causa da seca.

“Ainda não há estimativa de quantas árvores e bichos foram queimados”, diz Carine. “Também é difícil dizer em quanto tempo a área vai se recuperar. Depende de até quando os incêndios vão durar, do que for destruído.” O governo do Estado ainda não tem um levantamento da situação.