Reviravolta na Política Ambiental brasileira
9 de novembro de 2022 às 21:35h
Salão Verde repercute as diretrizes ambientais do futuro governo Lula anunciadas pelo próprio presidente eleito às vésperas da COP-27, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas no Egito. A reviravolta na política ambiental brasileira envolve retomada do protagonismo internacional do país, monitoramento de todos os biomas, desmatamento zero na Amazônia, investimento em economia verde digital e parcerias com entidades socioambientais.
“O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática”, disse o Presidente eleito em seu discurso.
De acordo com o ambientalista e representante da sociedade civil na Frente Parlamentar Ambientalista, Mário Mantovani, a eleição de Lula traz expectativa de retomada de ações fundamentais para a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.
“A expectativa é das mais positivas, nós tínhamos um governo negacionista que tentou sair do acordo do clima(…). Nós temos que reestruturar todo sistema nacional de meio ambiente, os órgãos ambientais. Que o brasil venha ser realmente um protagonista ambiental acho que essa possibilidade está muito evidente com a própria presença da Marina Silva e dos compromissos de campanha do governo Lula com relação ao meio ambiente”, disse.
Mario também falou sobre sobre o papel da sociedade civil na COP27
“É um momento onde a sociedade civil tem uma participação muito forte de resistência na COP, desde a ECO-92, o Brasil é o articulador e promotor dessas grande convenções, inclusive de clima, a COP vai ser onde esses compromissos vão ser selados não só entre governos mas com a própria sociedade civil, que volta agora ter o protagonismo na gestão ambiental do Brasil”, completou.
A especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, apresentou a agenda “Brasil 2045” com metas para o Brasil superar a crise climática.
“Nós estamos trabalhando com proposta em 8 temas; e temos pressa porque nós pretendemos chegar a um país carbono negativo no ano de 2045, essa é a meta por um Brasil potência ambiental e com muita justiça social”, disse.
Para a deputada eleita e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), o futuro governo deverá ter intensos embates, com a futura composição da Câmara dos Deputados e do Senado com perfil mais conservador e empresarial.
“Nós vamos debater propostas e ideias, a lógica do debate consistente, a lógica de uma guerra contra agenda socioambiental, contra os indígenas, isso não tem lugar, o Brasil vai acabar ficando trancado do lado de fora”, ressaltou.
A expectativa também é positiva na COP-27, onde cerca de 190 países buscam acordo em torno de ações concretas para a redução do aquecimento global e o enfrentamento das catástrofes climáticas. Outro efeito imediato, após vitória de Lula, vem da Noruega, principal investidora do Fundo Amazônia, disposta a retomar os projetos de preservação ambiental e de desenvolvimento sustentável no bioma.
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Fonte: Rádio Câmara
Reportagem: Larissa Nunes