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Situação de pandemia no Brasil gera temor na América do Sul

12 de maio de 2020 às 15:00h

Situacao de pandemia no Brasil gera temorCom mais de 11 mil mortes por coronavírus e a maior taxa de letalidade por covid-19 na América do Sul, o Brasil virou motivo de grande preocupação e temor nos países vizinhos — levando aliados do presidente Jair Bolsonaro a colocar a afinidade política de lado e adversários na região a intensificar suas críticas ao líder brasileiro.

Assim que registrou os primeiros casos da doença, no início de março, o governo do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, simpatizante de Bolsonaro, fechou as fronteiras com o Brasil. Militares paraguaios foram enviados para a região fronteiriça para impedir a entrada de automóveis e ônibus de excursões de compradores brasileiros no lado paraguaio. Além de arame farpado, foram construídas valas para impedir o trânsito do Brasil para seu vizinho, em Pedro Juan Caballero, um dos pontos fronteiriços.

Falando à BBC News Brasil de Ciudad del Este, um dos principais elos na fronteira entre os dois países, o vice-ministro de Atenção Integral à Saúde e Bem-Estar Social, Juan Carlos Portillo Romero, disse que a questão sanitária passou a ser a prioridade neste momento de pandemia. “Os dois governos, do Paraguai e do Brasil, têm muita afinidade, mas a nossa preocupação agora é com a saúde dos paraguaios. O Brasil é uma preocupação pelo número de casos, mas estamos tomando todas as medidas preventivas”, disse o vice-ministro. Segundo ele, foi intensificado, na semana passada, o controle para a entrada de paraguaios que chegam do Brasil à terra natal.

“Além da quarentena, estamos fazendo testes para o coronavírus quando eles chegam e quando concluem o isolamento antes de viajarem para suas casas aqui no Paraguai. No nosso país, os casos da doença são importados, vieram de vários lugares, mas principalmente do Brasil”, disse.

Oficialmente, o Paraguai, de cerca de 7 milhões de habitantes, registrou, na segunda-feira, um dos mais baixos índices da covid-19 na região, com 724 casos confirmados e dez mortes. “Com a quarentena, ganhamos tempo para preparar o sistema de saúde e fizemos dois hospitais de emergência, com 200 leitos, mas os hospitais estão vazios”, afirmou.